quinta-feira, 30 de junho de 2011

REFLEXÃO: COMO ATUO NA MINHA RELAÇÃO COM O OUTRO EM FORMAÇÃO

Esta reflexão foi motivada e inspirada nas contribuições dos colegas do curso no fórum do Módulo V: Elke, Maria Elice, Elaine, Marlene, Iranildes e Kelle e também da leitura do texto sobre o Contrato Didático da nossa bibliografia e de um texto da Universidade de Lisboa sobre a avaliação auto-regulada. Tentei construir um texto para explicitar a reflexão dialógica por que me conduzi para a fundamentação de algumas conclusões que gostaria de compartilhar com os eventuais leitores deste blog.

Realmente “não se pode negar que a sala de aula é um espaço de interação onde se desenvolvem diversos tipos de aprendizagens“. Tal ambiente é um desafio para o posicionamento livre dos conceitos e pré-conceitos sobre os dois sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. E ambos devem ser considerados sujeitos ativos - protagonistas dessa interação pedagógica. No entanto, o educador nunca pode abrir mão de seu papel de mediador. Nossa colega tem razão: “Nesse contexto, o diálogo assume papel fundamental como elemento norteador para propiciar a construção do conhecimento por meio da troca de experiências e da valorização dos conhecimentos” que circulam na sala de aula, embora a relação assimétrica seja algo inquestionável.

Porém, como afirmou outra colega: “O ponto de equilíbrio entre o ensinar do professor e o aprender do aluno é uma linha extremamente vulnerável.” E, eu acrescentaria, muito tênue também. Gerenciar o paradoxo natural do contrato didático exigirá responsabilidade, atenção e cuidado, por parte do professor, durante todo o tempo.

A proposta deste nosso curso é provocadora, exigindo de nós transitarmos de um lado e do outro, uma vez que somos potenciais formadores e também alunos. Nossa formação depende fundamentalmente da qualidade da nossa relação com o outro – nossos tutores, colegas e futuros alunos.

A proximidade (não-distanciamento) é fundamental, mas não deverá se confundir com a camaradagem que provoque desrespeito ou que descaracterize os papéis específicos dos dois sujeitos – há responsabilidades e expectativas muito específicas, distintas na relação didática em questão. Contudo, também é verdade que “existe uma base afetiva permeando essas relações.”

A qualidade e talvez também a intensidade da aproximação nessa relação dialógica são fundamentais e fornecerão o background e o espaço para a ação adequada, tanto do formador como do formando, viabilizando o sucesso do trabalho pedagógico, preservadas as regras básicas do contrato didático. Como lecionam os autores do texto, a ruptura ocorre no momento em que o sistema de obrigações recíprocas é desrespeitado, somando-se ainda a quebra de confiança entre os participantes do processo.

No texto do autor português sobre as questões inerentes à autoavaliação regulada, que é definida como “um acto de comunicação, de interacção entre pessoas e objectos de avaliação, que ocorre num dado contexto social e é por ele determinado (Leal, 1992)”, percebi algumas dicas importantes relacionadas ao conceito de contrato didático. O autor português esclarece: “Entendemos por regulação da aprendizagem todo o acto intencional que, agindo sobre os mecanismos de aprendizagem, contribua directamente para a progressão e/ou redireccionamento dessa aprendizagem.”. Conceitos como a avaliação formativa; a co-avaliação entre os pares; e a auto-avaliação precisam ser compreendidos e assimilados. O autor enfatiza ainda: “a regulação interactiva, é potencialmente mais promissora porque é uma regulação atempada e se pode tornar mais significativa para o aluno.”. A auto-avaliação passa por um processo consciente de reflexão sobre o que está a fazer e como se está a fazer, o aluno terá de desenvolver a capacidade de auto-questionamento. A apropriação dos critérios de avaliação da tarefa é condição necessária para desenvolver a auto-regulação. Nesse texto, defende-se ainda que “o papel do professor é mais uma vez central, cabendo-lhe a responsabilidade de construir um conjunto diversificado de contextos facilitadores para o desenvolvimento da autoavaliação, tornando-se o aluno cada vez mais autónomo.

Assim, outro aspecto importante discutido pelo autor diz respeito à abordagem positiva do erro, que em um primeiro momento, deve passar pela compreensão da situação. O erro é uma rica fonte de informação para a compreensão de situações de aprendizagem, diz-nos ainda. “O objectivo é que o aluno seja ele próprio capaz de fazer a sua autocorreção, sendo para isso necessário compreender o erro para criar condições para o ultrapassar .” Nesse momento, acontece a verdadeira aprendizagem. O papel de mediador que cabe ao professor implica ajudar e orientar o aluno na interpretação dos significados, na formulação de hipóteses explicativas do raciocínio do aluno. Não podemos nos esquecer de que a autoavaliação passa por um processo consciente de reflexão, fundamental ao sujeito ativo do texto de Pedro Demo, visto por nós anteriormente. Portanto, é fundamental “corresponsabilizar os alunos no processo avaliativo, ajudando-os a apropriarem-se mais facilmente desses mesmos critérios.”.

O autor português citando Perrenoud (1999, p. 96) ainda nos ensina: “Toda a acção educativa só pode estimular o auto-desenvolvimento, a autoaprendizagem, a auto-regulação de um sujeito, modificando o seu meio, entrando em interacção com ele.”.

No texto sobre o contrato didático, vimos que “Essa categoria dinâmica do contrato não pode ser confundida com ruptura, pois ainda permanecem definidos os papéis do professor e do aluno no processo e a confiança mútua não foi abalada.”, uma vez que o professor e o aluno ocupam lugares distintos diante do saber, com graus de responsabilidade diferenciados. E ainda: “o professor, que se coloca como mediador no processo de ensino, em uma perspectiva dialética, percebe que a constituição do sujeito se dá nas relações entre os sujeitos, pois já temos nossa subjetividade, fruto das relações. Assim, o aluno não é mais visto como alguém que está “vazio” e precisa ser “preenchido” por conhecimentos.”.

O objetivo da escola é formar o aluno crítico, tornando-o capaz de analisar informações, tomar posição, questionar suas próprias verdades, decidir e não simplesmente se opor. Enfim, ser capaz de inserir-se ao contexto social, historicamente construído nas diversas relações de interação.

Assim, finalizo a minha reflexão com o ultimo parágrafo do nosso texto do atual módulo:

“Dessa forma, a perturbação do Contrato Didático não consiste simplesmente em propor desafios ao aluno, pois, enquanto estes apenas aumentam o grau de dificuldade dos problemas, a perturbação difere qualitativamente na medida em que está voltada para o gerenciamento das imposições paradoxais do contrato. Ademais, procura reorientar a relação entre professor, saber e aluno, propondo alguns questionamentos, tais como: que aluno queremos formar e para qual sociedade? “

terça-feira, 28 de junho de 2011

ENDOSSANDO FERNADO PESSOA

"....Meus amigos são todos assim: metade bobeira metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice.

Crianças para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa...."
(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

E AINDA DIZEM QUE NÓS SOMOS OS CIVILIZADOS.

Um antropólogo estava estudando os usos e costumes de uma tribo e, quando  terminou seu trabalho, propôs uma brincadeira para as crianças. Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e colocou debaixo de uma árvore. Aí chamou as crianças e propôs uma competição: quem corresse e chegasse primeiro ganharia o cesto.

As crianças se posicionaram na linha que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.

O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou por que elas tinham ido todas juntas, se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.

Elas simplesmente responderam:
Ubuntu, tio. Como uma de nós  poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?

Ubuntu significa: "
Sou quem sou, porque somos todos nós!"
“A matéria-prima do educador não é o conhecimento;
é a pessoa humana que conhece, que aprende e ensina”
Madalena Freire

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A DIFÍCIL PRÁTICA DO BELO DISCURSO DE PEDRO DEMO

Isto aqui é muito bom, não?

    "Saber convencer, sem vencer";
     Saber fundamentar, sem ser dono da verdade;
    consolidar ideias, no entanto sem que elas sejam fixas, deixando-as abertas;
    "Saber escutar";
    e "ter outro como parceiro e não como dominado."

FONTE: Fala de Pedro Demo - PESQUISA  COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Vra4hclt7kw
               Acesso em 15/07/2011 às 16 horas e 12 minutos.

domingo, 12 de junho de 2011

Mapas conceituais e Teoria de Ausubel

Pessoal, encontrei este texto na Web e compartilho com vocês:

Para que a aprendizagem significativa ocorra é preciso entender um processo de modificação do conhecimento, em vez de comportamento em um sentido externo e observável, e reconhecer a importância que os processos mentais têm nesse desenvolvimento. As idéias de Ausubel também se caracterizam por basearem-se em uma reflexão específica sobre a aprendizagem escolar e o ensino, em vez de tentar somente generalizar e transferir à aprendizagem escolar conceitos ou princípios explicativos extraídos de outras situações ou contextos de aprendizagem.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Tá chovendo em Brasília. que delícia!!!




Chove na cidade

Brasília renasce
Respira.
Chove em Brasília!
A cidade se enche
de flores e de luz.

Cartões, e-mails
se espalham.
Um convite eterno,
e sempre renovado:
amigos, parentes,
brasileiros,
venham ver!

Chove em Brasília
O Congresso vai
entrar em recesso.
E a cidade entregue
aos legítimos moradores,
lavará sua alma.

Chove no Planalto Central
Brasília revive
e volta às suas origens.

O cidadão pobre
não tem férias no Nordeste,
nem férias no Rio,
muito menos na Europa.
Ele fica guardando
a cidade vazia.

O bico, o dinheirinho extra
mais o décimo terceiro
vão colocar sua vida
em dia. Ou quase.

As férias financiarão
a viagem da família
a Trindade e a promessa
do Divino Pai Eterno.
Finalmente cumprida.
E ainda o peru do Natal,
Um frangão bombado!

Chove em Brasília!
Tão verde e molhada
fazendo brotar
uma esperança teimosa,
com cheiro de renascimento.

E você ainda resiste
e não vem conhecê-la.
Quem sabe nas chuvas
do ano que vem?

Poesia de minha autoria, publicada no Overmundo em Nov./2007.


Reflexão sobre o homem/mulher verdadeiramente educados



ACABAMOS NOS PARECENDO COM O QUE IMITAMOS

Você é realmente educado ou contenta-se em parecer sê-lo? Os homens verdadeiramente educados  são naturalmente elegantes. E, são pessoas mais humanas, necessariamente.

Um dos traços comuns aos homens e mulheres educados é que a sua companhia promove o bem estar das pessoas com que se relacionam (como marido, filho, namorado, amigo).  Ele sabe comportar-se com delicadeza: sabe até onde ir, como ir. É verdadeiramente amável, preocupa-se e ocupa-se em proporcionar bons momentos  a todos aqueles aos quais está ligado: amigos, esposa, filhos, pais etc

Indiscutivelmente, o homem educado é um cara refinado. Desenvolvido. Tem interesses nobres e humanos. Não fala tanto de si mesmo porque tem o coração aberto aos demais. Não perde o autocontrole facilmente e não fala descortesmente com ninguém. Não tem como óbvio que os outros o devam servir. Não é arrogante nem orgulhoso. Parece mesmo portar-se de modo a desempenhar dignamente o seu papel de homens. Tal comportamento, que o diferencia de tantos outros, se baseia em suas próprias convicções e não em projeções. Nunca com o objetivo de "conquistarem" alguém. Isso  lhes dá muita naturalidade aos gestos e atitudes. Ele é, além de tudo, um homem compassivo e misericordioso.

O homem educado é especialmente gentil para com os mais frágeis, em qualquer aspecto: posição, idade, cultura, dinheiro. E ele jamais se sente inferior quando está com alguém que lhes seja superior em qualquer um desses aspectos.

É corajoso, um cidadão consciente, participativo, solícito e gentil, em todas as circunstâncias e principalmente com os mais próximos – antes de tudo, para com os seus familiares. É um cara atencioso: não deixa ninguém esperá-lo por alguns minutos  e muito menos por uma noite inteira – nem a amante, nem o amigo, ou os velhos pais. Hoje a comunicação fácil que o desenvolvimento da tecnologia possibilita não há desculpas para tal atitude, uma vez que essa facilidade de comunicação é uma forte aliada para essa espécie tão rara.

Disciplina normativa mais do que coerciva, que visa menos à ordem do que a certa sociabilidade amável – disciplina não de polícia, mas de polidez. É por ela que, imitando as maneiras da virtude, talvez tenhamos uma oportunidade de virmos a ser virtuosos. “A polidez”, observava La Bruyère, “nem sempre inspira a bondade, a equidade, a complacência, a gratidão; pelo menos dá uma aparência disso e faz o homem parecer por fora como deveria ser por dentro.” Por isso ela é insuficiente no adulto e necessária na criança. É apenas um começo, mas o é. Dizer “por favor” ou “desculpe” é simular respeito; dizer “obrigado” é simular reconhecimento. É aí que começam o respeito e o reconhecimento. Como a natureza imita a arte, assim a moral imita a polidez, que a imita. A polidez é essa aparência de virtude, de que as virtudes provêm. [...] Portanto, a polidez salva a moral do círculo vicioso (sem a polidez, seria necessário ser virtuoso para poder tornar-se virtuoso) criando as condições necessárias para seu surgimento (COMTE-SPONVLILLE, 1999, p. 7)

Essa é uma reflexão incipiente, mas um primeiro passo para quem quer ser um príncipe de fato e não apenas uma imitação mal acabada.

Observações:

[1]Se somos capazes de uma imitação tão perfeita, corremos o risco de nos macaquear a tal ponto que nos tornaremos o simulacro daquilo que queremos parecer aos outros, por quais motivos forem. Isto me lembra do Módulo II do Curso beOne. Temos de estar muito atentos para não alimentar um gorila que quer se apossar de nosso corpo humano.
[1] Tudo que está aqui se refere genericamente ao homem, mas, sobretudo às mulheres, às quais lhes é dado o papel mais decisivo na educação dos homens e mulheres de nossa sociedade.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Notas do Módulo II - APRENDER E ENSINAR


Percebo que juntar os conceitos dos três textos: Conceituando a andragogia, A importância da neurociência na educação e Estilos de aprendizagem trouxeram para nossa discussão elementos fundamentais para o nosso futuro desempenho nos Cursos da EGOV. Mesmo para aqueles que já conheciam os conceitos e teorias trazidos por eles, isso implica ampliação de nossa visão crítica, que vai nos aproximando da resposta ao questionamento da professora Olga:

Qual o papel da pesquisa para o formador que fui até agora e que formador pretendo ser?

Assim, trago hoje as pontuações feitas a partir da importância da neurociência na educação. (Reflexão a partir do texto de Vera Lucia de Siqueira Mietto – Módulo II do FFP1)

Um conceito preliminar: “A Neurociência da Aprendizagem, em termos gerais, é o estudo de como o cérebro aprende.”.

Falar em educação e aprendizagem é falar em processos neurais, redes que se estabelecem e neurônios que se ligam e fazem novas sinapses.Portanto, continuar aprendendo é uma forma de manter-se de fato viv@.

O que nos mantém viv@s, além de tantos hábitos saudáveis para a manutenção da vida em nosso corpo, é mantermos o cérebro e a mente também vivos. O melhor remédio é a aprendizagem constante e contínua. Ou seja, manter em atividade esse maravilhoso e complexo processo, que provoca e viabiliza a reação do cérebro aos estímulos do ambiente, ativando as fundamentais sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos), intensificando e fortalecendo-as. 

A neurociência, como a grande aliada dos professores, vem para nos apresentar cada região do cérebro e sua respectiva função. Tal conhecimento é importante para quem deseja atuar como um facilitador de aprendizagens porque vai fornecer o background para as decisões estratégico-pedagógicas em relação às escolhas referentes ao tipo de atividades, materiais didáticos etc. adequados aos diferentes estilos de aprendizagem, por mais heterogêneos que sejam os grupos que o profissional (formador, facilitador, tutor) possa encontrar no desempenho do seu magistério. Essa adequação é imprescindível ao processo de ensino realmente dinâmico e prazeroso, que desencadea alterações nas conexões sinápticas, tanto quantitativamente quanto qualitativamente, afetando o funcionamento do cérebro de maneira substancial e de forma positiva e permanente, com resultados extremamente satisfatórios para todos os atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

A validade desses conceitos e princípios neurocientíficos será visível quando se fizer uso de técnicas que utilizem recursos que provoquem reações nos diversos sistemas envolvidos na ação de aprendizado: o auditivo (sons diversos e música), visual (formas, cores variadas), o sistema tátil (dramatizações, texturas diferenciadas) e até mesmo o olfato e o paladar, quando for pertinente ao conteúdo objeto. 

O grande desafio dos educadores é acertar no preparo de aulas que facilitem uma espécie de “disparo neural” nas sinapses e no funcionamento desses sistemas. Identificando-se o estilo de aprendizagem próprio de cada um de seus alunos, o professor/formador/tutor saberá quais as estratégias e técnicas mais adequadas para utilizar. 

As atividades prazerosas e desafiadoras são aquelas que desencadeiam mais naturalmente o tal “disparo neural” – uma bela metáfora para o fenômeno ou os fenômenos mentais durante o processo da aprendizagem. A aula ministrada e que leve em conta esses princípios neurocientíficos transformará o aluno em parceiro crítico, participante ativo na construção do próprio saber. Professor e aluno em uma interação verdadeira e produtiva na construção de aprendizagens e do ambiente agradável e favorável à boa convivência.

A Neurociência da Aprendizagem fornece ainda os conhecimentos que possibilitam a melhor compreensão dos transtornos comportamentais e de aprendizagem, subsidiando a elaboração de estratégias adequadas e diferenciadas para cada caso.

O conhecimento que vamos adquirindo ensina-nos a nos tornar mais flexíveis e mais acolhedores aos diferentes modos e estratégias de aprendizagem de cada um. Isto vale para o nosso convívio com os nossos colegas e para com os nossos futuros pupilos.

A pesquisa e a formação, portanto, são indispensáveis a meu projeto profisional e funcional relacionado à possbilidade ministrar cursos aqui na EGOV-DF. Elas reforçam ou mudam conceitos fundamentais para a construção da formadora que pretendo ser.

Mapas Conceituais e o CMap Tools

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Reflexão: como nomear o papel dos docentes e tutores - eis a questão!

Sob determinada visão, essa pode parecer apenas uma questão de nomencaltura "oficial". No entanto, há pessoas que se preocupam com esse aspecto apenas terminológico e quase burocrático, uma vez que não sendo uma coisa fundamental ao processo do ensino-aprendizagem, talvez resvale em alguns conceitos secundários ao tema.

Porém, por vezes, essa questão também me vem à cabeça. E sei que talvez no futuro, isso exija uma discussão e uma decisão coletiva sobre como queremos nos chamar ou nos fazer conhecidos e re-conhecidos:
formador, professor, monitor, instrutor, facilitador ... e o que mais, heim?

No contexto de nossas discussões e das questões que nos são colocadas, essa é uma discussão que faz todo sentido, uma vez que estamos exatamente nos perguntando, por exemplo, pelo "projeto de formação continuada que queremos desenvolver" ou "que tipo de docente (termo bem genérico) queremos ser" etc.

Classificar, nomear esse nosso específico fazer pedagógico ou andragógico (ou ainda heutagógico) não é assim tão simples, penso. E também acaba passando pela questão ideológica, tão difícil de administrar. Além do mais, já se disse que "nomear é fazer existir." Nomear é quase como batizar, conclui-se então.

Portanto, trata-se de uma discussão que pode "dar pano pra manga", não é?

Só para ilustrar, vejam este link



Grande abraço.
Joana

Heutagogia? você conhece?

Hoje estamos falando muito em andragogia e para alguns soa novo, como uma nova modalidade de ensino (op´s, palavrinha que também está em desuso), modifico para processo educacional, baseando-se em novas técnicas de ensino aprendizagem. Li recentemente em um livro que estou usando na minha especialização um termo eu não conhecia que é o Heutagogia, e de uma maneira geral, estamos muito envolvidos com essa modalidade, pois é o termo utilizado para a autoaprendizagem, ou seja, quando o aprendiz necessita ou quer adquirir conhecimentos novos sozinho. E com as novas tecnologias da informação e da comunicação, fica fácil conseguir aprender muitas coisas que precisamos. Principalmente quando necessitamos do aprendizado imediato ou por falta de recursos financeiros. Posso citar que aprendi a fazer mapa conceitual no youtube, vou disponibilizar esse vídeo no blog. mostrando a língua
o nome do livro é Aprendizagem a Distância de Fredric M. Litto. É um livro muito interessante e nós temos aqui no nosso acervo. Uma parte dele, fala sobre os elementos básicos envolvidos na aprendizagem, achei ótimo o texto.
Abraços virtuais,
Lu

terça-feira, 7 de junho de 2011

Refletindo sobre a produção memorialística dos alunos do FFP1

Uma proposta de reflexão
Joana Eleutério

Relacionando alguns trechos pinçados do texto de nossa bibliografia básica – MEMORIAL DE FORMAÇÃO – REGISTRO DE UM PERCURSO, de Ana Lúcia Guedes Pinto e cotejando-os com algumas afirmações de Certeau (2010), vislumbro a possibilidade de criar uma imagem para representar o percurso da construção de um conhecimento coletivo, como a somatória de nossas memórias individuais aqui no curso FFP1 da EGOV-DF, para ser colocado a serviço de muito mais gente daqui da escola, apenas num primeiro momento. Convido-os a seguirem comigo.

"Ao reconstruirmos nossa memória estamos ao mesmo tempo modificando o presente e alterando o futuro. Por essa razão, o trabalho com a memória amplia nosso horizonte de possibilidades, pois ela nos mobiliza e gera novas ações."  (p.2)


"O que vale, ao nos debruçarmos sobre as lembranças que vão ficando e sendo registradas, é nos abrirmos e termos sensibilidade para compreendermos os sentidos atribuídos pelos sujeitos a respeito da experiência vivida." (p.2)

"Ao lançarmos então à escrita de um memorial em formação através do qual temos a oportunidade de registrarmos e re-fazermos um percurso específico de nossa vida - nossa formação escolar-acadêmica e profissional - pode ser talvez uma maneira de divisarmos outros finais para a história que está em pleno transcurso..."  (p.3)

O brilhante pensador francês, refletindo sobre o tema, diz- nos ainda:

É um princípio da economia: com um mínimo de força, obter o máximo de efeito. [...] A multiplicação dos efeitos pela rarefação dos meios é, por motivos diferentes, a regra que organiza ao mesmo tempo uma arte de fazer e a arte poética do dizer.”

[...]

“A ‘volta’ ou retorno que leva a operação do seu ponto de partida (menos força) até seu termo (mais efeito), implica em primeiro lugar a mediação de um saber, mas um saber que tem por forma a duração de sua aquisição e a coleção intermináveis dos seus conhecimentos particulares. Questão de ‘idade’, dizem os textos: ‘à irreflexão da juventude’ eles opõem ‘a experiência do ancião’. Este saber se faz de muitos momentos e de muitas coisas heterogêneas. Não tem enunciado geral e abstrato, nem lugar próprio. É uma memória cujos conhecimentos não se podem separar dos tempos de sua aquisição e vão desafiando as suas singularidades. Instruída por muitos acontecimentos onde circula sem possuí-los (cada um deles passado, perda de lugar, mas brilho de tempo), ela suputa e prevê também ‘as vias múltiplas do futuro’ combinando as particularidades antecedentes ou possíveis.” [...] Mas a memória continua escondida (não tem lugar que se possa precisar), até o instante em que se revela, no ‘momento oportuno’, de maneira temporal,  embora contrária ao ato de se refugiar na duração. O resplendor dessa memória brilha na ocasião. (CERTEAU, Michel de. A INVENÇÃO DO COTIDIANO. 1. Artes de fazer. 15 ed. Petrópolis/RJ: Vozes. 2008, p. 157/158)

Creio que acertamos ao nos escolhermos nessa parceria, Luciana. Sobre o olhar, nem sempre irrefletido da juventude (você) e “a experiência do ancião” (eu), vamos revendo nossas memórias feitas de momentos tão distintos e de uma heterogenia incalculável – uma riqueza surpreendente para produzir a “ruptura instauradora” de Certeau. Assim, cada par, fazendo seu trabalho, vamos oferecendo a singularidade dos detalhes de nossa vida para construir um saber, que poderá vir a ser institucionalizado pela EGOV e multiplicado, compartilhado por todos que forem aderindo a um projeto meio visionário (admito), mas que faz muito sentido, que é dar um final mais feliz para Brasília, para os servidores públicos e para toda a sociedade brasiliense. Boto fé!




segunda-feira, 6 de junho de 2011

Compondo o memorial e compartilhando experiência - uma reflexão necessária.

A não linearidade da minha vida estudantil e profissional

Joana Eleutério
A característica mais marcante de meu percurso estudantil e profissional é a não-linearidade. Isso deu origem a dois aspectos que se destacam quando tento resgatar minhas memórias: uma numerosa mudança de escolas, que às vezes ocorria até mesmo durante o ano letivo; e também um currículo profissional amplo e variado, resultando em uma média baixíssima de permanência em empregos.

O meu curso primário, que corresponde à primeira fase do atual Ensino Fundamental, foi feito em três escolas: numa escola rural - uma experiência semelhante ao antigo pré-primário. Em seguida, passei pelas escolas públicas urbanas: EE “Coronel Praxedes” e EE “Chiquinha Soares”, em Bom Despacho-MG.

Completado o curso primário, preparei-me para o exame de admissão ao curso ginasial (ciclo que corresponde às quatro últimas séries do Ensino Fundamental). Quem me preparou foi uma de minhas irmãs que já era normalista e já lecionava naquela época – ela juntou um grupinho de primos e, com muita competência e amor, conduziu-nos ao ginásio. Esse curso iniciou-se no Instituto NS do Sagrado Coração em Divinópolis-MG (internato), uma escola de freiras onde eu tinha uma bolsa de estudos. Em seguida, voltei para Bom Despacho, minha terra natal, passando pelo Colégio Tiradentes da PMMG, depois para o Ginásio Estadual “Miguel Gontijo”, depois pelo no Colégio Municipal de Belo Horizonte – unidade do bairro Salgado Filho.  Mas, novamente no interior, concluí o ginásio no Colégio Industrial de Bom Despacho em 1969.
 
Em função de uma tradição familiar propriamente, uma vez que em minha família havia muitas professoras, desde algumas tias-avós e até algumas irmãs também professoras, o meu ensino médio foi o magistério. Fui para a Escola Normal Miguel Gontijo – da rede pública, onde fiz apenas o primeiro ano. Em seguida, se não contribuir para a manutenção da enorme família, mas para pelo menos assumir minhas próprias despesas e aliviar a barra de meus pais, mudei-me novamente para Belo Horizonte. Conclui o curso no Instituto de Educação de Minas Gerais – uma das melhores escolas normais do estado, que passou a ser uma faculdade de pedagogia no primeiro momento e, hoje, é uma das unidades da Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG, com diversas unidades na capital e no interior. E foi lá que fiz o curso de Educação Artística também.
 
No ano de 1972, concluí esse curso e fiquei noiva, casando-me em dezembro de 1973. Eu era funcionária do SERPRO, nesta época. Anteriormente, já tinha trabalhado no comércio: lojas, supermercado, Mesbla Veículos etc. Logo que engravidei e antes de dar a luz a minha filha, Ana Flávia, em junho de 1975, parei de trabalhar fora de casa. Quando ela tinha cinco meses, passei em um concurso para trabalhar na sede da CODEVALE – a extinta Companhia de Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha, mas não tive coragem de tomar posse e deixar a bebezinha com a empregada.
 
Quando minha filhinha estava com um ano e meio passei em outro concurso – para a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais, onde trabalhei por quase dois anos, mas voltei a ficar em casa por um período de aproximadamente seis anos. Então, fiz concurso para professora do estado, já com o segundo filho com aproximadamente dois anos (tenho apenas um casal de filhos). Contudo, lecionei somente uns três anos porque já estava estudando na UFMG, onde tinha uma bolsa de trabalho na oficina de redação do CENEX – Centro de Extensão da Faculdade de Letras/UFMG e também uma bolsa de iniciação científica em um Projeto de Alfabetização de Adultos.

Em 1989, o que seria o ano de minha formatura, no meio de uma greve das federais, que durou praticamente todo aquele ano, mudei-me para Brasília. Meu ex-marido trabalhava em uma multinacional alemã, que entrou em processo de concordata, gerando atrasos nos pagamentos e nos deixando em dificuldade. Nessa ocasião, fui convidada para trabalhar na rede de Escolas Fisk aqui em Brasília, onde comecei como secretária, depois passei a ser coordenadora, diretora até tornar-me uma franqueada da rede, mas com a outra bandeira da franquia PBF – Pink and Blue Freedom/PBF. Esta foi a experiência mais duradoura de minha trajetória profissional, de 1989 a 2002.
 
Aqui em Brasília, tive problemas para dar continuidade aos meus estudos. No início, morei em uma casa no Gama, que pertencia à unidade em que desempenhava minha primeira função na FISK. Demorou mais de um ano para que a greve das federais acabasse e eu tivesse a oportunidade de fazer a prova pleiteando a transferência facultativa. Porém, logo que consegui, percebi a enorme dificuldade para assistir às aulas, o que acabaria me levando a abandonar o ensino superior. Na UnB, ainda não tinha curso de Letras no período noturno e como poucas matérias cursadas na UFMG foram aproveitadas, a minha grade ficou maluca, totalmente fora do fluxo. Tinha aulas de 8 às 10 da manhã e depois de 16 ás 18, por exemplo. Mesmo assim, consegui fazer duas disciplinas em um semestre, mas logo desisti de continuar os estudos. Trabalhando e morando no Gama, não era mesmo possível continuar. Já divorciada, acabei priorizando o estudo dos meus filhos. Minha filha já estava formada e pós-graduada em 2004, quando fiz novo vestibular na UnB, para concluir a graduação – Letras/Língua portuguesa e respectivas literaturas em dezembro de 2008.
 
De 2002, quando passei a franquia para outra pessoa, até 2008, quando fui nomeada no GDF, a minha vida profissional foi um caos. Consegui alguns empreguinhos que não duraram nada – trabalhei no CONCEFET – Conselho Federal dos Centros de Educação Tecnológica e também com um tributarista de São Paulo que estava abrindo uma filial aqui em Brasília. Nesse período, eu me mantive basicamente com algumas aulas particulares de português e redação – reforço para o ensino médio e para estrangeiros. 

Eu havia feito o concurso para a SGA/GDF em 2004 e como minha classificação não estava nada boa, não acreditei que seria nomeada. Em 2005, tranquei a UnB e fiquei fora da cidade um pouco mais de um ano. Um pouco mais de dois meses em São Paulo e o resto do tempo em Governador Valadares/MG, trabalhando em uma fundação. Lá, eu atuava como secretária administrativa durante o dia e, à noite, coordenava a unidade do Morro do Querosene, onde também lecionava para o Curso de Formação e Qualificação de Empregadas Domésticas.

No início de agosto de 2006, retornei para Brasília e no mesmo mês fui selecionada para um estágio de revisão de textos da Embrapa Informação Tecnológica. No dia 30 daquele mesmo mês, eu fui nomeada no GDF, mas só tomei conhecimento em agosto de 2007, com um ano de atraso. Entrei com uma ação para tentar resgatar o meu direito, apesar de todos me dizerem que eu não ia conseguir por ter passado tanto tempo. E, realmente, perdemos a ação na primeira instância. A advogada, uma prima, entrou com recurso imediatamente. Na segunda instância, ganhamos por unanimidade – os três desembargadores foram favoráveis ao meu pleito – dando origem a uma jurisprudência nesse assunto. Apesar de o resultado ter saído em maio, só em outubro eu fui renomeada, quando já estávamos providenciando uma segunda ação contra o GDF. Meu tempo de INSS já dá para eu me aposentar, só que o salário vai ficar baixíssimo, então já averbei o tempo para daqui a alguns anos poder me aposentar com um salário um pouco melhor. Além do mais, ainda não consigo me ver aposentada e sinto que ainda posso produzir muito.
 
Nestes dois anos – de 2006 e 2008 – passei pelas seguintes experiências profissionais: fiz um semestre de estágio na Embrapa e não renovei o contrato porque havia feito um concurso para uma Escola do SESC, onde havia passado em primeiro lugar. Porém, conhecer as entranhas do SESC foi uma enorme decepção. E o pior: tive de fazer uma cirurgia no Hospital Sarah, ficando afastada por quatro meses, voltando ao trabalho ainda fazendo uso de bengala durante seis meses. E foi no período de afastamento é que tomei conhecimento da minha nomeação. As duas primeiras vezes em que vim à gerência de provimento, que funcionava no prédio da Egov, falar com o Ricardo, gerente do setor, eu estava usando muletas – tanto ele como todo pessoal do setor se recordam deste fato até hoje.
 
Meu tempo no SESC durou apenas um ano e pouquinho. Logo que o pessoal da Embrapa soube, fui convidada para voltar para o estágio e não fiquei sequer 15 dias sem trabalhar. Porém, o estágio foi novamente interrompido quando da minha nomeação no GDF. Minha primeira lotação foi na Diretoria da Folha de Pagamento – DACFP/SEPLAG. Tive o privilégio de ter como chefe, um excelente diretor, que depois passou a ser assessor do secretário. Nesta mesma época, surgiu a oportunidade de compor a força-tarefa das eleições de 2010 no TRE-DF, onde fiquei quase 9 meses, até o início de janeiro deste ano. Eu trabalhava no edifício-sede e tentamos prorrogar o período da cessão, as duas partes estavam interessadas, mas não foi possível. Voltando ao GDF, solicitei minha lotação para a EGOV-DF por acreditar que poderia atuar em áreas correlatas à minha formação. Sem conhecer ninguém na escola, fui muito bem recebida pela nossa diretora, a professora Olga – que também acabava de assumir a função. Creio que fiz uma boa opção e estou muito feliz e esperançosa em relação ao trabalho que poderei realizar aqui. E também oportunidade única de investir em minha formação e qualificação. Gosto muito de estudar e pesquisar e sempre procuro relacionar e elaborar as informações recebidas para então colocar em prática e multiplicar o conhecimento adquirido.
 
Estou concluindo a pós-graduação Língua Portuguesa/Revisão de Textos no UniCeub, só fala a defesa da monografia que deve ocorrer ainda neste mês. Completo meus 60 anos no dia 24 – dia de São João – de onde se explica a escolha do meu nome. Entrando na melhor idade e fazendo planos profissionais como uma adolescente. Depois de tantas leituras e pesquisas formais e informais, tenho uma boa bagagem que poderá ser muito aproveitada no desempenho de minhas funções, sobretudo na função de facilitadora de aprendizagem de cursos e palestras na EGOV-DF.
 
No mais, só tenho a dizer “Gracias a la vida que me há dado tanto...”  Ou talvez, cantar. Mas não tão bem como Mercedes Sosa.

Memorial escolar e profissional e pessoal de Luciana Prado

          
  Sou bacharel em Administração de Empresas, habilitada em Análise de Sistemas e especializando em Novas Tecnologias Educacionais. Atualmente trabalho na Coordenação da Ensino a Distância  – Escola de Governo do Distrito Federal, atuando em diversas áreas da modalidade.
            Fiz o meu primeiro grau no CorJesu, na 915 sul e  segundo grau no Objetivo da UDF, foi fase muitos conflitos comigo mesma, por não saber qual profissão seguir e então fiz diversos vestibulares. A cada semestre, um curso novo.  Passando por diversas faculdades com a única certeza de que a cada dia eu tinha uma vontade diferente.
            Comecei a trabalhar de vendedora de matérias de construção (e até que dava uma graninha), mas o tempo que eu passava dentro da loja roubava-me o tempo para dedicar aos estudos.  Como eu tinha aulas aos sábados, acabei saindo e fui trabalhar no Grupo Brasal.
            Trabalhei como secretaria executiva na Brasal durante três anos. Nesse período terminei minha faculdade de Administração com Habilitação em Análise de Sistemas no UNICESP, quando fui trabalhar na Brasil Telecom (uma mudança radical), como vendedora de produtos de tecnologia da informação (TI) para empresas como por exemplo, internet protocolo (IP fixo), fibra óptica e outros produtos similares. Para trabalhar com esse tipo de TI, tive necessidade de maior conhecimento em tecnologia. Estudei, fiz cursos internos e externos, antes e durante o meu ingresso na empresa.
            Essa foi a minha maior experiência profissional, conheci muitas coisas novas, vendi muitos produtos para empresas principalmente para aquelas que queriam colocar circuitos internos de televisão ou para pessoas que estavam montando sua página de internet e com isso fui ganhando experiência na área.
            Em 2006 entrei para o Governo do Distrito Federal. Trabalhava seis horas na EGOV e o restante do tempo na Brasil Telecom. Continuei nesse ritmo por mais alguns meses e pensei em desistir do serviço público, pois o salário no inicio não era muito atrativo. Depois de muita reflexão desisti da Brasil Telecom, pois o meu desejo era ainda estudar para passar no concurso dos meus sonhos “Policia Civil do DF”.  Aproveitei os conhecimentos adquiridos e também pude dar aulas de Internet Explorer para os servidores. Depois com meus colegas Ivo, Zenon e Leandro, fomos facilitadores de cursos de PowerPoint e de Windows, porém minha atividade principal na EGOV era a alimentação do site.
            Em 2008 e a escola foi administrada por um diretor que não concordava que os servidores da escola atuarem como facilitadores de aprendizagem nos cursos da EGOV. A visão daquela direção era de que os servidores deviam exercer somente atividades burocrático-administrativas; os professores deveriam que ser disponibilizados por outros órgãos ou empresas privadas especializadas em formação para desempenharem as tarefas de ensino-aprendizagem. Concordávamos com aquele ponto de vista, uma vez que todos nós tínhamos feitos concurso para a área administrativa.    
            Em 2009  essa direção foi substituída por outra com uma visão diferente, e voltamos a instruir nos cursos que a EGOV oferecia. Então muitos cursos foram oferecidos e eu continuei com a responsabilidade de alimentar diariamente o site com muitos de cursos acontecendo.  Nesse período, demos aulas de iniciação à informática na Secretaria de Cultura na Biblioteca Nacional. 
            A parceria com a Escola Nacional de Administração Publica (ENAP) forneceu muitos cursos para os servidores do GDF e também foi desenvolvido o curso do Novo Acordo Ortográfico pela EGOV, quando fui convidada para fazer parte da equipe de ensino a distância, na qual estou atuando como administradora dos cursos da ENAP e ajudando na alimentação da plataforma Moodle da Escola.  Fiz alguns cursos, oficinas, viajei para o congresso internacional da Associação Brasileira de Educação à distância (ABED) em Foz do Iguaçu. Logo pude ingressar na especialização Novas Tecnologias da Informação na Educação.
            Em 2011 com a troca de governo, foram substituídos todos os gerentes e diretores da EGOV, mas a rotina continuou e a nova diretoria trouxe novíssimas ideias para implementação da EAD/EGOV. Por exemplo, procurando absorver as novidades tecnológicas, o novo site da EGOV usando a ferramenta JOOMLA. Esse novo site da EaD EGOV foi desenvolvido para facilitar a gestão de conteúdos e para disponibilizar acesso a mais usuários.
            Acredito que muita coisa boa ainda está por vir, o Curso Formação de Formadores Presenciais – FFP1 é apenas uma sinalização nesse sentido. Sinto-me feliz de estar diretamente contribuindo para viabilizar os novos projetos da EGOV.
            Abraços para aqueles que tiveram a paciência de ler esse texto e até mais.

sábado, 4 de junho de 2011

Resumo da ópera

Recontando a história

Joana Eleutério

O meu Curso Primário foi iniciado em uma escola rural. Aos seis anos, aluna da D. Lourdes Eleutério Azevedo, também minha tia, fui com meus irmãos para uma escola que funcionava em uma sala cedida por um tio (meu querido tio Joãozinho). Usávamos enormes carteiras, em que cabiam cinco, seis crianças. Em uma só classe, se colocava aproximadamente vinte alunos de diferentes idades (as famosas turmas agrupadas, que existem ainda hoje na zona rural). Fazíamos muitos exercícios para treino motor, mas nem comecei a ser alfabetizada. A prefeitura da cidade de Araújos, em Minas Gerais, pagava a professora, fornecia giz e um quadro negro, “que não era verde”.

Meus sete anos – o primeiro ano na escola

Joana Eleutério

Pensar a respeito do assunto e tentar lembrar um episódio marcante, pitoresco, histórico ou divertido tornou-se um exercício interessante.

Na simplicidade de uma enorme família do interior de Minas, vivendo na zona rural, nossa vida tinha poucas novidades, não tinha grandes alegrias e nem muitas tristezas. Com pais extremamente comportados e enquadrados, nós éramos crianças que “entravam mudas e saiam caladas” em quase todos os ambientes. Tínhamos poucos direitos e muitos deveres.
[...]
Meus coleguinhas eram crianças bonitas, cheirosas, bem vestidas e muito bem penteadas. Eram muito clarinhas, não tomavam tanto sol como a gente lá da roça. E falavam de um jeito tão diferente também. Eu achava tão bonito e ficava caladinha, só observando e ouvindo. A nossa professora era excelente e eu logo aprendi a escrever e a fazer contas. Minhas redações e desenhos faziam sucesso. A professora sempre escolhia as melhores redações e lia alto para toda a turma – eu ficava feliz escutando o que eu tinha inventado na voz de D. Célia Resende. Eu me sentia uma verdadeira escritora. Tão feliz como quando declamava a Canção dos Tamanquinhos...