sábado, 12 de novembro de 2011

RECADO

"O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer. Quero educar os educadores. E isso me dá grande prazer porque não existe coisa mais importante que educar. Pela educação o indivíduo se torna mais apto para viver: aprende a pensar e a resolver os problemas práticos da vida. Pela educação ele se torna mais sensível e mais rico interiormente, o que faz dele uma pessoa mais bonita, mais feliz e mais capaz de conviver com os outros."
Rubem Alves

domingo, 16 de outubro de 2011

HOMENAGEM AOS PROFESSORES DE TODO MUNDO

PROFESSORES APAIXONADOS

Texto de Gabriel Perissé


Professores e professoras apaixonados acordam cedo e dormem tarde, movidos pela ideia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!
Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.

Gabriel Perissé é doutor em Filosofia da Educação pela USP e autor do livro O professor do futuro.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Veja a minha reflexão em forma de artigo - o que podemos fazer para contribuir para a necessária transformação?

Ônibus 174: um olhar sobre a violência urbana e a exclusão social

 

Resumo: Este artigo tem como objetivo fazer uma análise do filme Ônibus Linha 174 (José Padilha, 2002) como mais uma interpretação do episódio narrado e comentado por uma multiplicidade de textos. O gênero da película é o documentário, que foi produzido por José Padilha e Marcos Prado, com a direção do primeiro, fotografia a cargo de César Morais e Marcelo Guru e com edição de Felipe Lacerda. A fita tem como tema central a violência urbana, porém este artigo aborda outros temas, evitando a repetição daquilo que já foi dito por muitos – grandes especialistas e até o cidadão comum. Na verdade, esse filme – texto principal da minha pesquisa – transforma-se em um pretexto para dar um direcionamento à reflexão que me proponho realizar, uma vez que o foco motivador de minha análise é o protagonista das duas histórias paralelas narradas pelo filme: o jovem Sandro Rosa do Nascimento, que se transforma em uma figura arquetípica no contexto social das histórias, dos cenários e depoimentos mostrados por Padilha. Durante a discussão surge outro personagem importante para a análise que busco realizar – Sandra Mara Herzer (1962-1982) – uma jovem cuja trajetória de vida permite-me realizar um paralelo entre os dois visando à compreensão de como se deu a construção desses dois personagens, que denunciam um contexto grave e multiplicador de muitas outras histórias semelhantes às suas. É indiscutível que, embora ambos tenham alcançado visibilidade até mesmo internacional, há uma infinidade de sandros e sandras totalmente invisíveis, vivendo pelas ruas e instituições “cuidadoras” de menores, passando pelas mesmas etapas da ignóbil metamorfose que os levou ao desespero na cena final de suas curtas vidas.


Palavras-chave: educação e letramento, violência, exclusão, preconceito e visibilidade social, criminalidade e tragédia urbana.

Texto completo: PDF

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O NAVIO NEGREIRO DE CASTRO ALVES - UMA POSSIBILIDADE ATUAL DE LEITURA.

O que um crítico literário no ano de 2007, teria a dizer sobre um poema escrito no século XIX, com o tema social mais polêmico daquela época? Haveria uma ponte entre aquele tema e a nossa atualidade? 

Não há como ignorar o pungente drama de todas estas pessoas angustiadas, oprimidas e aflitas que vagam pelo mundo em busca da vida melhor que lhes escapa entre os dedos. Falta-nos coragem, competência para mudar o curso da história atual. Mas há muitos condoreiros modernos fazendo a sua parte. Muitas vezes, cruelmente silenciados, por vezes tão jovens como Castro Alves.   A história parece se repetir em outros contextos e com novos personagens.  

O texto completo está aqui.

Estes são dois trechinhos de um texto publicado no Overmundo há quatro anos. Hoje eu fiquei assustada ao certificar-me que ele já tem está quase alacançando a marca dos 30 mil downloads.


Convido-os para que leiam e reflitam sobre o tema proposto.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Conclusão do memorial

Esse memorial foi extraordinário, entre várias, pude perceber o potencial de meus colegas de trabalho, que de alguns eu desconhecia as suas experiências com a docência. Também no curso conheci novos autores, novas reflexões sobre o tema abordado.
Eu fui escolhida para ser parceira por uma escritora de primeira categoria, que me acolheu e me passou muito conteúdo. Obrigada querida e sempre pode contar comigo, e nunca mais fale que “sou analfabeta digital”, você sabe muito e tem muita facilidade.  
Sempre estive envolvida de certa forma com a informática e pela primeira vez fiz um blog, tenho uma grande dificuldade de expressar o que eu penso na escrita, mas dessa vez sai um pouco do casulo e tive que escreve.  Foi importante.
Pretendo continuar minha formação, hoje foco a modalidade a distância. O meu primeiro passo dado foi o inicio da especialização em Novas Tecnologias da Informação na Educação e o meu segundo passo será a especialização (se Deus quiser) em Ensino a Distancia e ainda almejo  o Design Instrucional.
Aguardo as aulas presenciais com muita ansiedade.
Agradeço a Rita e a Olga pela orientação,
Abraços virtuais,

Lu

sexta-feira, 15 de julho de 2011

QUEM SOU EU FORMADOR HOJE E QUAL O MEU PROJETO DE FORMAÇÃO CONTINUADA?

Nesse espaço de formação, que é a EGOV-DF, tenho vivido diversos momentos que me trazem a oportunidade de muitas aprendizagens. Em relação ao curso que estamos concluindo a primeira fase, o primeiro grande desafio salta aos nossos olhos. O próprio fato do curso FFP1 ser na modalidade EAD. De imediato, eu teria de avançar no meu processo de “alfabetização” tecnológica, tanto para realizar as tarefas como para poder interagir com os colegas e tutores.  E, assim, fui seguindo caminho. 

Um segundo desafio – o trabalho em parceria no blog. Quem seria o meu par? Eu quase não conhecia ninguém ainda. Lembrei-me da Luciana porque sempre que ela ia roubar um cafezinho em nossa sala, foi sempre muito atenciosa e delicada comigo. Quando, inclusive, chegou a me ajudar em algumas coisinhas da tecnologia, que é um ponto forte da sua formação.  Aí, a indecisão, o medinho: “e se ela me disser não quando a convidar”... Convido ou não? Mas, se não for ela, quem poderá ser? Ela é a parceira ideal neste momento, dizia como meus botões. Conversava comigo mesma: “Ela é bem mais letrada do que eu, em tecnologia, é uma das pessoas com que mais me relaciono e com mais liberdade desde que cheguei aqui na Escola. “Convido ou não convido?” – convidei, ela topou e fizemos o trabalho. Com um pouco de dificuldade por eu estar ajudando no Censo Previdenciário. Geograficamente, portanto, estávamos meio distantes e com dificuldade de acertamos nossos horários para encontros.

A formação contínua é um processo infinito, dura enquanto viv@s estivermos, penso eu. Não se trata de participar de eventos aqui e ali, apenas para somarmos pontos para as nossas progressão e promoção funcionais. Não pode ser apenas um instrumento destinado a suprir deficiências de uma formação, tapar buracos, fazer bonito em congressos etc.

Assim, concluo essa primeira fase do nosso curso de formação, mais alfabetizada tecnologicamente, porque adquiri maior desenvoltura na utilização das ferramentas virtuais, que são fundamentais a EAD. Estou também mais segura na interação com os colegas e tutores, além de ter adquirido mais conhecimento sobre os pressupostos pedagógicos que deverão permear toda a nossa formação contínua e toda a nossa atuação como futuros formadores da EGOV.

Um ponto forte do curso foi a insistente proposta de reflexão sobre o formador aprendente. Nesse sentido, peço a Martha para citar suas palavras: “Ficou comprovada a teoria que Lev Vygotsky defendia: é no convívio social que realmente aprendemos. Em nossos fóruns ficou evidenciada a riqueza de comentários e como a convivência virtual nos fez parceiros na busca de explorar as leituras com reflexão crítica para repensar a nossa prática na busca do aperfeiçoamento do trabalho na EGOV.”

Estou ansiosa para começarmos a fase presencial, aproximar-me mais de todos para que juntos possamos continuar aprendendo. Sou aprendente e sonhadora. Por isso, como já disse anteriormente, a esperança é o meu alimento primordial.

O meu projeto de formação continuada está baseado na minha disposição em me dedicar a essa possibilidade e continuar aproveitando todas oportunidades para estudar, refletir e compartilhar o conhecimento e os sonhos. Aqui, na ENAP e em outras eventuais oportunidades que surgirem. Como formadora, meu sonho é ser capaz de contaminar meus alunos com o meu entusiasmo e esperança, apesar de ter idade para ser avó de alguns colegas.

Sou grata a todos. Por tudo.